Casa de Chama e Sombra - Sarah J. Maas

Crescent City - Casa de Chama e Sombra, vol.3

Avaliação: 3

Classificação: Adulto +18

Gênero: Fantasia urbana adulta, com elementos de romance, mistério e ação.

Ano: 2024 / Páginas: 936

Editora: Galera

Esta resenha pode conter spoiler caso você não tenha lido os livros anteriores.

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Em Casa de Chama e Sombra, Sarah J. Maas encerra a trilogia Crescent City com uma narrativa repleta de reviravoltas, batalhas cósmicas e revelações explosivas. Bryce Quinlan, agora ciente de seu verdadeiro poder e legado, precisa unir forças com aliados improváveis – incluindo personagens icônicos de ACOTAR – para derrotar os Asteri de uma vez por todas.

Capa do livro Casa de Chama e Sombra

Logo nas primeiras páginas, somos arremessados ao coração da tensão: Após eventos de Casas de Céu e Sopro Hunt, Baxian e Ruhn são capturados e submetidos a torturas brutais nos calabouços dos Asteri, enquanto Bryce, em uma tentativa desesperada de buscar ajuda, atravessa o portal para pedir ajuda no Inferno, mas acabou em Prythian.... e acaba em Prythian! Sim, você leu certo – o tão sonhado crossover entre Crescent City e ACOTAR finalmente acontece, e não poderia ser mais eletrizante. Ver Bryce interagindo com Azriel, Rhysand e a Corte dos Sonhos foi um momento de puro êxtase para os fãs da SJM.

Nesse volume a dinâmica é mais balanceada, temos descobertas e cenas bastante movimentas desde o inicio. A história foi se desenvolvendo de forma satisfatória. Bryce descobrindo sobre a verdadeira historia de Theia e sua verdadeira origem, enquanto trama uma forma de voltar para casa, para Hunt, amigos e família. Hunt, Baxian e Ruhn tentando manter a sanidade. Lídia, também conhecida como a Corça é quem descobrimos ser a agente Daybright, esta arquitetando um plano ousado para retira-los antes que seja tarde.

Ithan tinha potencial em seu arco narrativo, mas 80% do tempo é desperdiçado com uma trama repetitiva sobre Sigrid (uma personagem irritante), ele planejava substituir Sabine por Sigrid, mas nunca considerou que talvez ela não fosse a mas adequada ao cargo. Considerando que ele desiste de ajudar no resgate dos amigos para tentar reparar um erro que ele cometeu, supus que fosse ter um desfecho positivo, mas a maior parte do seu tempo foi desperdiçado, exceto enquanto estava com Jesiba. O destino dele foi bem interessante, mas até chegar no momento em que ele se torna o que precisa se torna é torturante. A autora perdeu muito tempo em uma narrativa que no fim foi descartada, quando poderia ter explorado a relação do Ithan com a alcateia e com Perry. Mas ele foi um dos personagens que continuou seguindo os mesmos comportamentos do volume anterior, ele ainda estava sem autoconfiança.

Jesiba, uma personagem bastante intrigante finalmente revela sua origem e quem ela realmente é, e como/porque tem tantos artefatos proibidos.

O Tharion o tritão galante que esta sempre arrumando confusão, minhas expectativas era que ele amadurecesse e reconhecesse seus erros. Sobretudo em relação a a filha da Rainha do Rio. Ele toma decisões que acabem sendo muito precipitadas, outras bastante corajosas e outras inteligentes. Um acontecimento sem muito sentido foi o seu casamento com Sathia. Pois no fim ela foi embora para salvar o ex da Rainha Víbora, depois ele foi atrás dela e encontrou a Ariadne. E mais nada. Me pergunto se vai ter alguma sequência sobre ele, já que ainda falta um livro com o nome da Casa das Muitas Águas.

Rhun foi incrível nesse volume, as vezes ele tem umas atitudes bem esquisitas, mas ele e Lidia formaram um belo casal. Eu amei isso. Foi o casal mais cativante da trilogia! Sua química, os sacrifícios mútuos e o romance proibido entre um príncipe e uma espiã dos Asteri roubam a cena. O único plot esquisito foi o fato de a Lídia ter filhos, achei bastante desnecessário, mas isso foi usado como o pivô da mudança dela para o lado dos rebeldes, então foi um tanto aceitável, mas ainda sim, sei que a Sarah poderia ter sido mais criativa.

E por fim Bryce e Hunt, o casal principal. Eles tem quimica e são fofos, mas não sei como expressar que qual algo neles. Quem leu minhas outras resenhas sabe que não sou fã da Bryce, mas é inegavel que sua determinação, coragem e sacrifício foram essenciais para tudo dar certo. Sem ela, nada teria acontecido. E hunt ao seu lado dando todo o apoio foi fundamental. Bryce finalmente assume seu papel como herdeira do poder das Estrelas, e sua evolução de uma protagonista rebelde para uma líder estratégica é bem-executada. Hunt, por outro lado, lida com seu passado sombrio, descobrimos coisas bem interessantes sobre a origem.

A aparição de personagens de outros universos da SJM (como Rhysand, Azriel e Nesta) não parece forçada – pelo contrário, integra-se organicamente ao conflito contra os Asteri em Prythian, pois descobrimos que eles já estiveram lá. Assim como Theia e suas filhas.

A construção e planejamento para combater os Asteri foi bem elaborada, levou um tempo considerável para reunir um exército contra eles que, no final, foi decepcionante. Esperava uma batalha épica magica entre eles. Os Asteri, que foram construídos como ameaças cósmicas ao longo da trilogia, acabam sendo derrotados de forma um pouco "fácil". O mesmo vale para os Príncipes do Inferno, que poderiam ter tido mais relevância. Não foi perfeito, mas foi aceitável e até Jesiba apareceu para ajudar. No fim foi uma luta contra a tirania, mas a ela ainda continua, Midigard vai passar por uma reforma politica e sabemos que não será fácil, nem todos concordam. Mas por amor tudo é possível.

PONTOS FORTES

• Conclusão Satisfatória: O livro entrega um desfecho emocionante para a maioria dos arcos, especialmente para Bryce e Hunt, cuja jornada chega a um clímax digno de suas trajetórias.

• Crossover bem-executado.

• Diferente dos volumes anteriores, este livro começa com ação desde as primeiras páginas, mantendo a tensão até o final.

• Ruhn e Lidia roubam a cena em vários momentos, com um romance intenso e cheio de obstáculos. Hypaxia, Tharion e Ithan também têm momentos de destaque.

• A mitologia dos Asteri, dos Príncipes do Inferno e dos mundos conectados é aprofundada, respondendo perguntas deixadas nos livros anteriores.

PONTOS FRACOS

• Excesso de conveniências narrativas: Algumas soluções para conflitos parecem surgir do nada (poderes novos, aliados inesperados), diminuindo o impacto de certas cenas.

• Finais apressados e desleixados: Enquanto alguns personagens têm conclusões perfeitas (Bryce, Hunt, Ruhn), outros (como Tharion e Hypaxia) parecem ter arcos apressados.

• Apesar da guerra épica, poucos personagens importantes morrem, o que reduz um pouco o peso e o impacto do conflito.

Casa de Chama e Sombra é uma conclusão digna para a trilogia Crescent City, entregando batalhas épicas, reviravoltas emocionantes e finais satisfatórios para a maioria dos personagens. No entanto, sofre com excessos típicos de SJM (conveniências narrativas, romances melodramáticos) e alguns arcos secundários apressados.

Recomendado para:

✔ Fãs de Sarah J. Maas que querem ver o fechamento da saga.

✔ Leitores que amam crossovers entre universos fantásticos.

✔ Quem busca uma fantasia urbana com muita ação e romance.

Evite se:

✖ Prefere histórias com consequências mais duras e menos final feliz.

✖ Não leu ACOTAR ou Trono de Vidro (algumas referências podem confundir). Tem spoiler.

✖ Caso não curta obrar que contenha sexo ou violencia explicita.

Me despeço dessa trilogia de 2753 paginas em que me permitir viajar e aprender. Aguardo ansiosamente pelo livro do Azriel.

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